Momentos
Tento me inspirar na beleza literária da Clarice Lispector,que é mistério,sensibilidade de alma,para colocar neste Blog momentos vividos, busca do belo e do desejo do amor,da saudade, da paixão,da emoção e da esperança!E assim pretendo formar um balé de sonhos numa viagem surreal,hipnotizada pela ousadia , identificar alguem,uma época, um dia um momento,um prazer que se eternizaram em mim.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Lembra de Mim
Lembra-me... como uma misteriosa gaivota ,rasgando o Céu celeste e planando sobre o embalar das ondas
Lembra-me... como se fora um céu infinitamente azul,onde o sol reina absoluto,convidando as delícias da paixão... abraçando o fim do dia com uma leve saudade... Lembra-me... no cheiro doce das rosas, percorrendo lugares onde ainda sou lembrança e onde chega a minha essência...
Lembra-me...como criança a pintalgar a vida, rasgando o verde dos campos e dançando como as papoulas ao soprar do vento...
Lembra-me... a lançar pétalas de rosas vermelhas ao vento, e de braços abertos esperá-las, para que beijem o meu rosto vislumbrando mãos macias a me acariciar...
Lembra-me ...rendida ao amor, num mergulho do inesperado, fragmentária em viver...
Lembra-me...
Anne
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Comunhão Perfeita
Clarice Lispector
É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Paz
Nunca uma pequena palavra e com poucas letras, mexeu
tanto com a cabeça dos habitantes deste lindo planeta
azul,como a PAZ.
.
Se olharmos através da máquina do tempo, veremos que esta
palavra é perseguida implacavelmente, e muitas vezes
mal interpretada por vários povos e nações. Para que ela
funcione perfeitamente, é preciso que nós seres humanos
, comecemos a abrir mão de poderes sem muito sentido.A
paz só acontecerá de verdade quando diminuirmos as nossas
diferenças, quando falarmos a mesma língua,quando
abrirmos mão do individualismo e pensarmos no todo.
Nesta linda viagem não estamos sozinhos. Aproveitemos
estes novos tempos de reflexão e dediquemos alguns
momentos de nossa vida para orar pela paz do Planeta.
Quando o consciente da humanidade se reúne para
uma grande conquista, torna-se verdadeiro, o lindo sonho de
viver em harmonia e em Paz.
sábado, 20 de outubro de 2012
Perplexidade
"Olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue, a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: 'tens medo'. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer a sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer:'pelo menos não fui tolo' e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia."
Clarice Lispector in Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres
Inquietação
Estou sentindo o martírio de uma importuna sensualidade.De madrugada acordo cheia de frutos.Quem virá colher os frutos da minha vida?
Clarice Lispector
Ah!!!meu amor!Não tenhas medo da carência:ela é o nosso destino maior
Clarice Lispector
E eu tinha resolvido que ia dormir para poder sonhar,estava com saudades das novidades do sonho.
Clarice Lispector in Água Viva
Clarice Lispector
Ah!!!meu amor!Não tenhas medo da carência:ela é o nosso destino maior
Clarice Lispector
E eu tinha resolvido que ia dormir para poder sonhar,estava com saudades das novidades do sonho.
Clarice Lispector in Água Viva
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Quem Poderá ?
Quem poderá fazer, aquele amor morrer, se o amor é como um grão. Morre, nasce trigo, Vive, morre pão.
Gilberto Gil
Gilberto Gil
Refletindo
"Quanto a mim tenho que lhes dizer que as estrelas são os olhos de Deus
vigiando para que tudo corra bem. Para sempre. E, como se sabe, para
sempre não acaba nunca."
Clarice Lispector
Clarice Lispector
domingo, 17 de junho de 2012
Tradução da Vida
Neste mundo material não se pode ser apenas espiritual, mas
não é necessário ser sensual, olhar com sagacidade, não é necessário ter poder
sobre o corpo, cobiçá-lo sem a alma, basta trazer beijos puros de volta dos
lábios que os ungiram, sair da terra possuída e entrar na carne santificada,
moldar existências em mãos com centelhas vestidas de crepúsculos espargindo
flores da montanha que conquistam as enchentes, maiores que pesadelos
milionários e maquiavélicos que abominam o toque aveludado do pêssego, o
encontro carinhoso entre a água e a calha do rio despido, deslizando por entre
seios, penetrando-os, enterrando-se neles, bem fundo, tão fundo que faz calar,
como se fosse tirar um momento da sanidade, e o que poderia tirar momentos de
ternura poderia também tirar uma eternidade de animosidade, e pouco se pode
fazer sem os dois, sem a corda da esperança a qual se pendura, que lança
devaneadores do presente sobre o vão que separa o passado do futuro, deixando
pedras e paus fora do caminho, revelando tudo para Deus e o mundo, entrando em
sintonia como duas cordas afinadas na mesma melodia, amadurecida para aprender
a chorar e amar sem se ferir, para ter desejos instintivos e quase infantis,
procurando por mãos estendidas, por estrelas que explodem, pelo cosmos que
abraça, por papai e mamãe, por proteção contra os tiranos, contra as danças dos
demônios, contra os computadores que aprisionam em noites solitárias, entregando-se
a um entendimento mais intenso, deixando o pêndulo do destino balançar entre
homem e mulher, levando-os e trazendo-os para onde se deseja estar, mesmo
sabendo que nenhum lugar jamais pertencerá a alguém, nem em toda dor, nem em
toda felicidade, mas somente em sonhos, porque sendo eles uma tradução do
despertar da vida, esta é também a tradução
de um sonho.
Alceu Natali
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Momento Clariciano
A Descoberta do Mundo
Lutei toda a minha vida contra a tendência ao devaneio, sempre sem jamais deixar que ele me levasse até as últimas águas. Mas o esforço de nadar contra a doce corrente tira parte de minha força vital. E, se lutando contra o devaneio, ganho no domínio da ação, perco interiormente uma coisa muito suave de se ser e que nada substitui. Mas um dia ainda hei de ir, sem me importar para onde o ir me levará.
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